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Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta danos dos cigarros eletrônicos à saúde


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Os cigarros eletrônicos são “indubitavelmente prejudiciais” e deveriam ser regulados, afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta sexta-feira (26), desaconselhando o uso desses vaporizadores aos fumantes que tentam abandonar o hábito.

A popularidade dos cigarros eletrônicos, que permitem a inalação de líquidos com nicotina e aromatizantes, pôs em alerta legisladores de todo mundo, que temem que eles se tornem uma porta de entrada para outros vícios. No Brasil, a venda do cigarro eletrônico é proibida desde 2009 e o produto não tem certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ainda que estes dispositivos exponham o consumidor a uma quantidade menor de toxinas do que o tabaco, eles também representam riscos para a saúde, afirma a OMS em seu relatório, divulgado nesta sexta (26) no Rio de Janeiro. A apresentação do documento foi feita no Museu do Amanhã com a participação do Ministério da Saúde.

Em seu documento, a OMS avalia os resultados do conjunto de medidas adotado pelos 180 países signatários da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde para o Controle do Tabaco.

“Embora os níveis específicos de risco associados aos SEAN (Sistemas Eletrônicos de Administração de Nicotina) não tenham sido estimados de forma conclusiva, eles são indubitavelmente prejudiciais e deveriam, portanto, estar sujeitos à regulação”, indica a OMS em seu informe.

A organização adverte ainda que não há evidências suficientes de que os cigarros eletrônicos sejam efetivos para deixar de fumar.

“Na maioria dos países onde estão disponíveis, a maior parte dos que usam cigarros eletrônicos continua fumando cigarro convencional ao mesmo tempo, o que tem muito pouco ou nenhum impacto benéfico para a saúde”, acrescenta a OMS.

Cigarro eletrônico no Brasil

Proibido no Brasil desde 2009, o cigarro eletrônico ainda é apresentado por seus fabricantes como uma alternativa mais saudável ao cigarro comum. É procurado principalmente por quem quer parar de fumar, mas também por jovens que fazem dele a porta de entrada para o tabagismo.

Especialistas consultados pelo G1 alertam que o cigarro eletrônico também oferece riscos, que em alguns casos podem ser iguais ou até maiores do que os do cigarro comum. Entenda, abaixo, as principais diferenças entre os dois tipos de cigarros e os danos que podem causar à saúde.

Cigarro comum x cigarro eletrônico: compare o funcionamento de cada um — Foto: Roberta Jaworski/G1

Cigarro comum x cigarro eletrônico: compare o funcionamento de cada um — Foto: Roberta Jaworski/G1

O cigarro eletrônico está proibido pela Anvisa no Brasil desde 2009 e nunca teve registro no país. Em um parecer de 2017, a Anvisa informou que o cigarro eletrônico transmite uma falsa sensação de segurança ao fumante.

A Anvisa justifica essa decisão com “a falta de comprovação científica sobre a eficácia e segurança do produto”, especialmente quando apresentado como instrumento para parar de fumar. Também está vetada a publicidade e a importação do produto.

Crescem as restrições

Nos últimos anos, as empresas do setor fizeram uma intensa campanha publicitária em torno do cigarro eletrônico e dos dispositivos que esquentam os líquidos com nicotina e aromatizantes, em busca de novos clientes.

As companhias argumentam que esses produtos são muito menos nocivos do que os cigarros tradicionais e podem ajudar os fumantes incapazes de abandoná-los completamente a migrarem para alternativas “mais seguras”.

A OMS adverte, porém, que a desinformação disseminada pela indústria do tabaco sobre os cigarros eletrônicos representa uma “ameaça atual e real”.

As restrições ao uso de cigarros eletrônicos no mundo todo estão aumentando.

No mês passado, a cidade de San Francisco proibiu a venda e a fabricação desses dispositivos.

A China, que responde por quase 25% dos fumantes do mundo, também planeja regular esses dispositivos eletrônicos.

Em seu relatório, a OMS alerta ainda que é preciso um esforço maior para ajudar os fumantes a parar de fumar e aponta que “apenas 30% da população mundial tem acesso a serviços adequados” para cessar com o tabagismo.

Entre estes serviços, a organização menciona aconselhamento, linhas telefônicas nacionais de cessação gratuitas, terapias também gratuitas de substituição da nicotina, ou medicamentos.

Sem ajuda, apenas 4% dos fumantes que tentam deixar o hábito têm sucesso.

Todos os anos, o cigarro provoca a morte de oito milhões de pessoas, entre fumantes e fumantes passivos.

Ainda que o número de fumantes no mundo tenha diminuído ligeiramente desde 2007, continua sendo muito alto, em cerca de 1,4 bilhão – homens, em sua grande maioria.

“As pessoas que largam o cigarro podem viver vidas mais longas, saudáveis e produtivas”, conclui a OMS.

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